Reviravolta

Idoso não atendido precisou retornar ao PSP

Caso foi considerado de menor urgência na triagem e homem com problemas cardíacos precisou retornar ao Pronto-Socorro

Paulo Rossi -

Um idoso de 77 anos enfrentou problemas na noite de domingo (13) ao procurar atendimento médico no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Considerado de menor urgência na triagem inicial com enfermeiros, Elsso da Silva Camilo reclamava de dor no peito há três dias e, pela avaliação inicial, foi considerado nível verde de emergência - casos que podem aguardar atendimento. Ele foi encaminhado ao pronto-atendimento do Hospital São Francisco de Paula, na rua General Osório, que o atendeu e encaminhou de volta à sala de emergência do PSP - o homem passava por uma descompensação cardíaca, que não foi identificada na triagem inicial. O idoso permanece internado no PSP em observação.

Ainda segundo familiares, o homem desabou enquanto caminhava de volta ao carro para ir até o pronto-atendimento, e não obteve ajuda de enfermeiros ou médicos do PSP. A nora do paciente, Jacira Mendes, relatou à reportagem que recorreu ao PSP buscando ajuda para o sogro, estirado na calçada próximo ao hospital. No entanto, houve uma negativa dos profissionais em atendê-lo, que precisou ser levantado por pessoas que estavam na rua. A direção do Pronto-Socorro desconhece esta segunda situação e a diretora Rosana van der Laan se diz chateada com o ocorrido.

"A gente não pode comentar nada porque não há registros. Mas acreditamos que se ela tivesse procurado algum enfermeiro, ele teria sido considerado vermelho (urgente) e atendido imediatamente", garante. Ela explica que no caso de Elsso, com problemas cardíacos crônicos, a situação pode ter se agravado com o esforço de caminhar até veículo, e reforça que a responsabilidade de atendimentos na rua é do Samu, mesmo sendo no mesmo quarteirão do PSP.

Acompanhando a entrevista com o registro de entrada do paciente no PSP, o responsável técnico pela enfermagem, Alberto Brum, explica que, nesta triagem inicial, são medidos batimentos cardíacos, pressão arterial e que o paciente não apresentava sinais de risco.

Indignação
Enquanto o sogro esperava estirado no chão da calçada, Jacira conta que chegou a pedir para um jovem de jaleco, que respondeu que não poderia fazer nada. "O porteiro até entrou em busca de médicos ou alguma maca, uma cadeira de rodas pra levar ele, mas ninguém atendeu. Como não podem fazer nada se tem um senhor caído?", questionou. A filha de Elsso, Maria Suzana Camilo, demonstrava indignação na manhã desta segunda-feira. "É um descaso com o ser humano. Os médicos se formam pra quê?", indagou Maria.

Cotidiano da emergência
São atendidas, diariamente, no PSP, cerca de 280 pessoas. A triagem que estabelece o grau de emergência (verde, amarelo ou vermelho) é uma norma técnica do Ministério de Saúde. Os casos considerados vermelhos são atendidos imediatamente, os casos amarelos são a segunda prioridade e os verdes são aqueles considerados que podem esperar por mais tempo de atendimento ou são encaminhados para outros locais. "Se a gente erra, é pra mais. Coloca-se que o caso é mais grave para não ter perigo", explica Brum. Ele conta ainda que não é comum pacientes retornarem ao PS após serem encaminhados para outros atendimentos.

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